Não é raro olhar em volta e perceber pessoas com olhares indignados e de pena quando vêem nossos cães em caixas de transporte. Eu não as julgo, pois pensava exatamente assim, antes de ter informação, conhecimento e vivência suficientes para me convencer do contrário. Olhamos para aquele espaço pequeno, com grades, e os claustrofóbicos são capazes de suspirar de agonia. Pois bem, quem não consegue recordar de algum cãozinho entrando embaixo de algum móvel, do sofá, cama, armário, ou se encolhendo no cantinho quando fica com medo de trovão, de fogos de artifício, ou do próprio ser humano?

Os lobos e cães selvagens utilizam a toca, e até mesmo os domésticos, quando possuem acesso a grama/terra. Para eles, local apertado e fechado é igual à proteção. Para cães medrosos uma caixa de transporte pode fazer maravilhas. A caixa se transforma na grande aliada do dono. Primeiro porque o transporte do cão em viagens de carro fica muito mais seguro e tranqüilo. Depois, podemos ambientar um cãozinho medroso, deixando ele algum tempo na caixa, no novo local. Mais ainda, temos sempre onde deixar os cães no caso de irmos a um restaurante, por exemplo, que não aceite pets (o mais comum) durante a viagem, ou na casa de pessoas que não são tão fãs dos bichinhos quanto nós. Em hotéis, pousadas, campings, casa de amigos. O mais interessante no caso de viagens é a facilidade no manejo do pet, e as chances do bichinho ir junto aumentam.

Mas vamos falar do dia-a-dia. Todos os nossos cães dormem em caixa de transporte. Comem na caixa de transporte. Fazem Agility e logo em seguida vão para a caixa de transporte. Até aos parques nós levamos as caixas! Eu sempre digo que para mim elas foram a descoberta do século.

A caixa acaba se transformando na casinha ambulante do cão. Na proteção que vai para todos os lugares. O manejo da Radha foi assim. Logo que ela chegou em casa, com dois meses, brincou, fez suas necessidades e já foi para a caixa. Chorou, resmungou, e dormiu. Nos primeiros dois meses comigo, ela só comia dentro da caixa, e logo que ouvia o barulho da ração caindo no pote, depois de um tempo, ia correndo para a porta da caixinha e fica esperando para entrar.

A caixa de transporte faz parte da rotina de vida dos nossos cães, como uma coleira, uma guia, como a própria ração. Temos até dificuldade de tirar alguns deles da caixa, principalmente quando está chovendo ou estourando fogos de artifício. A Meg, Belizza e Duda sempre tentam entrar nas caixas na primeira oportunidade. E a Ivy resmungou no começo, mas hoje está totalmente habituada e procura a caixa mesmo que ela fique aberta.

É muito importante sabermos a idade do cão que queremos acostumar. Porque outra graaaaande vantagem é ensinar o animalzinho a fazer suas necessidades em local correto. O objetivo é que ele não faça dentro da caixa, e para isso precisamos saber quanto tempo ele consegue segurar. Dá trabalho? Dá! Mas o resultado é maravilhoso!

Eles aprendem onde é o banheiro deles (com uma quantidade mínima de erros), não destroem nada na nossa ausência (não aprendem a destruir!), não correm perigo, acostumam a ficar quietos e nos esperando, e de quebra ainda acostumam com a própria caixa de transporte. Deixar um filhote solto em casa quando saímos é a mesma coisa que deixarmos uma criança de três anos sem supervisão, e sem fraldas! Alguém aí tem coragem?

Eu realmente só vejo vantagens. Ok, a ÚNICA desvantagem é que a caixa de transporte não tem um botãozinho que é só apertar para, de 300 litros transformar-se em um quadradinho levíssimo de 30 gramas e de 2×2 cm. Só. (Eu vi isso em algum comercial, um carro se transformando em um celular e achei o máximo!)

Veja o vídeo e divirta-se!